A década de 1960 foi bastante movimentada no mundo inteiro. No Brasil, os militares que assumiram o governo em 1964 deram as costas às mudanças de rumo no sistema de saúde, preconizadas na 3ª Conferência Nacional, em 1963. Em seu lugar puseram em prática uma medida simplista para dar conta da assistência médica no país: formar mais médicos. Para eles, o aumento da oferta reduziria a procura e baratearia a mão-de-obra. Grupos econômicos espertos logo se formaram para tirar proveito do cenário que se apresentava: um mercado que se enchia de médicos, uma população ansiosa por assistência médica, mas com poucos recursos, e um governo que começou a tatear no escuro em busca do caminho a seguir. Até que tentou: de 1968 a 1971 experimentou em três cidades, Nova Friburgo entre elas, o Plano Nacional de Saúde, o qual, por motivos mais políticos do que pelos resultados alcançados, foi considerado inapropriado. Os médicos viram-se nas mãos do que se chamou medicina mercantilista. Sentiam-se ameaçados de cair e permanecer sob o comando e a ganância de grupos constituídos com o intuito de explorar seu trabalho. Precisavam abster-se de seguir pela estrada da sujeição e dependência. Precisavam tomar o destino em suas próprias mãos. Em 18 de dezembro de 1967, Edmundo Castilho, então presidente do sindicato dos Médicos de Santos, liderando um grupo de colegas, fundou a Unimed de Santos. Optaram pelo cooperativismo, o mais democrático e equânime sistema de organização social. “Na mercantilização da Medicina” disse o Dr. Castilho, “um grupo de pessoas constitui uma empresa mercantil com o objetivo de auferir lucros. Essa empresa assalaria o médico, explora o seu trabalho e a qualificação da assistência médica é limitada pelo lucro”. Cerca de sete anos depois, em 13 de janeiro de 1975, com idêntico ideal, um grupo de médicos liderados pelo Dr. João Hélio da Silveira Rocha, fundou a Unimed Serrana RJ.