Nossa missão é refrear e reverter o agravamento da situação de exclusão social e educacional de crianças e adolescentes em Situação de Acolhimento Institucional (os Abrigos) que apresentam desequilíbrio interno nos campos psicoemocional e cognitivo, provocado por traumas que geraram danos comprometedores. Vítimas de violência sexual, física e psicológica, negligência, abandono, estavam em situação de risco e estão, temporária ou definitivamente, afastados da família como medida de proteção. Desenvolvemos programas e projetos de educação para um recorte específico desse público: os que apresentam problemas educacionais graves, analfabetos básicos ou funcionais com defasagem em leitura, escrita e educação financeira. Os projetos do UNO se baseiam em Princípios de uma educação humanizada, colaborativa e criativa, que enxerga o ser de forma integral e que não reproduz a experiência escolar tradicional e ao mesmo tempo as apoia em seu pleno desenvolvimento neste ambiente. Acreditamos em uma educação que estimula relações de amor, afeto, escuta, vínculo e respeito. Para tentar compreender e dimensionar o tamanho de nosso desafio diante deste recorte da população podemos compará-las a crianças refugiadas, vítimas de guerras ou catástrofes. A Associação da Pedagogia de Emergência no Brasil classifica essas crianças em três graus relacionados ao sucesso das intervenções: - a intervenção dos educadores junto às que não tinham relação com o agente agressor e não os viram reverteu seus quadros traumáticos com mais facilidade - já entre as que os viram ou os conheciam mas não eram supostos de as protegerem, as dificuldades foram maiores - porém, nas crianças que sofreram traumas causados por quem deveria protegê-las, a intervenção dos educadores não conseguiu reverter os bloqueios psicológicos e emocionais, dando pouca ou nenhuma chance delas terem seus sentimentos ressignificados, o que aumenta a probabilidade de transformar a criança numa reprodutora da violência.