O Museu Memória do Bixiga surgiu em 1981 como uma estratégia idealizada por Armando Puglisi para garantir a preservação da memória do bairro. Contando com a ajuda do fotógrafo Paulo Santiago, ele juntou relatos de história oral, recortes de jornais, fotos, objetos pessoais, dentre outras coisas do cotidiano. O acervo do Museu era constantemente alimentado por pessoas que tinham relação com o bairro, as quais viam na instituição um local de salvaguarda e valorização de suas memórias, além de um local que reconhecia o protagonismo dessas pessoas na produção do espaço urbano. O projeto do Museu foi ganhando o apoio de especialistas, imprensa, moradores, entre outros, os quais viam ali a oportunidade de se criar uma proposta inovadora e popular de museu, que tivesse íntimo diálogo com o seu entorno, sem a erudição dos museus tradicionais. A riqueza do acervo constituído pelo Museu e da sua história e forte relação com o bairro vinham demandando que ele fosse reaberto, para cumprir seu papel de articulador do bairro enquanto museu popular. Assim, em meados de 2016 iniciou-se o processo de reabertura da instituição, com a reflexão, pela nova gestão, sobre o posicionamento do Museu - então carinhosamente apelidado de MUMBI - no contexto da produção das memórias, da cultura e do espaço urbano. Além disso, foram desenhadas novas parcerias institucionais e propostas ideias para a sustentabilidade social e financeira da instituição. Com um grupo de trabalho composto por voluntários, o MUMBI começou a renascer no ano de 2017, quando foram realizadas diversas atividades que trouxeram a população para dentro do Museu.